terça-feira, 10 de maio de 2011

As Bolsas de Valores 05

Funcionamento
JAMQ
          As bolsas de valores são instituições com múltiplas atribuições, mas, como função, de modo resumido, pode-se dizer que elas existem para coordenar as negociações de títulos. Essa coordenação depende de um conjunto de regras e definições, ou um ordenamento de códigos que dirigirão o fluxo de ofertas de títulos de maneira ordenada aos investidores. Para tanto, o mercado de títulos foi dividido em dois: mercado primário e mercado secundário.
          O mercado primário é onde há a colocação inicial de um título ou de um novo lote de títulos e onde o emissor toma e deposita recursos. O lançamento de ações novas no mercado, por exemplo, é chamado de lançamento público de ações e ocorre no mercado primário.
          Nesse exemplo, o capital social é aberto à apreciação pública através da contratação de instituições especializadas (bancos de investimento, sociedades corretoras e distribuidoras) que formam um grupo de instituições financeiras para mensurar o valor do capital social e definir o valor das ações, comprando-as da empresa e repassando-a ao mercado público no que se chama de Oferta Pública Inicial (IPO).
          Outra operação realizada no mercado primário é a de resgate de ações. Nesse tipo específico de transação ocorre o aporte de recursos por parte do emissor que os retira do mercado secundário.
          As vantagens de se operar no mercado primário incluem a possibilidade de adquirir ações de boas empresas que estão realizando sua IPO por um preço de lançamento depreciado o que pode, em pouco tempo, gerar bons ganhos e a possibilidade de contribuir diretamente com a reserva financeira da instituição para novos investimentos. Como desvantagem tem-se o problema de operar títulos que nunca foram negociados e que, portanto, não têm gráficos/histórico de flutuação para ser analisado.
Operar no mercado primário pode gerar grandes lucros em pouco tempo
          O mercado secundário é onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado. Nesse mercado ocorre o maior volume de negociações e aqui as negociações tomam caráter tipicamente especulativo já que o valor da transação não vai para a reserva financeira da instituição e sim para o proprietário dos papéis.
          Nas bolsas de valores, só se opera nesse mercado através de uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores. Entretanto, transações no mercado secundário podem ocorrer em bancos, corretoras de valores, em negociação direta entre acionistas celebrada por meio de um contrato de compra e venda ou em pregões eletrônicos que, mais recentemente, tem se popularizado no Brasil.
          As desvantagens desse mercado incluem o caráter especulativo das negociações e uma flutuação menos intensa nos valores das ações. Já como vantagem, existe a possibilidade de utilizar gráficos e históricos para mensurar os limites de variação e definir as tendências de comportamento dos valores das ações.
          Os dois mercados, primário e secundário, funcionam de maneira coordenada e interdependente, o primeiro fornece os papéis para o segundo e permite a entrada de títulos e a conversão do capital especulativo em capital produtivo enquanto que o segundo estabelece os valores das ações para o mercado primário e proporciona a liquidez do sistema mantendo os títulos em constante negociação.
          Contudo, as bolsas de valores não poderiam funcionar sem um objeto para negociar. Claro, vocês não vão a um mercado que não tem produtos e os investidores não iriam às bolsas se não existissem títulos e ações para serem negociados. Na próxima postagem, encerrando esses artigos, vocês verão um pouco sobre o objeto de trabalho das bolsas de valores.

          Veja as outras postagens sobre o tema: Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4 e Parte 6

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